Sou Irmã Maria Liana Freitas, nasci em Rio Branco – AC e constatei que o trilhar vocacional não se faz sozinho. Há muitos elementos que marcaram minha decisão vocacional, como a família, a comunidade paroquial e a realidade social que me cercava. Por meio deles, Deus foi me inquietando, me chamando.
No âmbito familiar, ressalto o apoio e o incentivo de minha querida mãe, uma mulher de profunda fé e grande cultivadora da espiritualidade, através da oração e do aprofundamento bíblico. Foi essa dimensão que me fez compreender o sentido de pertencer a uma comunidade paroquial, onde atuei nas Pastorais Litúrgica, Catequética, da Criança e da Juventude. Foi na paróquia que tive oportunidade de conhecer o trabalho das Irmãs de Notre Dame.
Chamava-me a atenção o testemunho daquelas que deixaram suas terras para, no interior da Amazônia, realizar sua missão e doar sua vida. O despertar para a Vida Religiosa Consagrada, portanto, deu-se no contato direto com as irmãs, especialmente nos encontros vocacionais.
O questionamento direto de algumas Irmãs, bem como o incentivo da minha família e de pessoas da comunidade, foi traduzindo o chamado de Deus em minha vida. As primeiras respostas foram negativas, pois, desde a adolescência, meus planos já estavam traçados. Queria fazer faculdade, ter minha casa, meus filhos, alcançar uma posição social melhor. Mas a pergunta “Você já pensou em ser Irmã?” foi me inquietando e Deus foi mudando os meus planos.
Frente ao Seu chamado, busquei a luz do Cristo-Eucarístico e, diante do pequeno sacrário da capela de minha paróquia, supliquei a Deus que me mostrasse o caminho e, interiormente, vivenciei a experiência que marcou minha caminhada: a experiência da Sua presença envolvente e impulsionadora.
Então, lancei-me ao seguimento de Jesus.
No caminhar vocacional, nem tudo foi claro. Tive medo, resisti, mas busquei força, sustento e respostas na Palavra de Deus, na oração, na Eucaristia e nos acontecimentos cotidianos que foram me revelando a vontade divina. Assim fui descobrindo, aceitando e vivendo minha vocação.
A Congregação possibilitou minha formação espiritual, além do preparo para a missão, como Assistente Social. É junto ao povo mais sofrido que reconheço as feições de Cristo. Isso me motiva a doar minha vida através desse serviço. Sinto-me feliz e realizada em minha vocação e em minha profissão, ciente de que, a cada dia, é necessário renovar o “sim”, como o fez Maria.